As exportações do agronegócio do estado de São Paulo cresceram 9,2% entre janeiro e setembro de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 22,69 bilhões. Com esse desempenho, São Paulo se tornou o maior exportador do país, conforme informações divulgadas pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento à Reuters na quinta-feira, 10/10.
Com esse resultado, São Paulo foi responsável por 18% do total das exportações nacionais, superando Mato Grosso, que ficou com uma participação de 17,3%, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à secretaria.
Os resultados foram impulsionados principalmente por produtos como açúcar e suco de laranja, nos quais o estado é líder nacional e contribui significativamente para a dominância global do Brasil nessas exportações.
A liderança paulista na pauta de exportação agropecuária já havia sido observada em abril deste ano, mas é um fenômeno raro, visto que Mato Grosso – principal produtor de grãos, oleaginosas e gado do Brasil – geralmente lidera a balança comercial do agronegócio.
O complexo sucroenergético foi o destaque, com receitas de US$ 9,15 bilhões no período, sendo que o açúcar representou 93% desse total e o etanol, 7%. As exportações desse grupo cresceram 23% em valores e 30,5% em volumes, impulsionadas pelo desempenho do açúcar, que registrou aumento de 31,5% em valores e 35,2% em volume.
"A cada mês, verificamos a potência do agro paulista na balança comercial. Os números registrados demonstram todo o nosso esforço junto com o setor, de uma produção agrícola com alta qualidade e preços competitivos no mercado internacional", afirmou Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, em nota antecipada à Reuters.
A pesquisa do IEA-Apta também destacou o crescimento expressivo na exportação de café verde (121,6%), carne bovina (39,0%), suco de laranja (27,5%) e produtos de celulose (15,0%).
As carnes geraram receitas de US$ 2,49 bilhões nos primeiros nove meses do ano, com a carne bovina respondendo por 83,9% desse valor. Produtos florestais atingiram US$ 2,35 bilhões, com 54,3% de participação da celulose e 38% do papel, seguidos pelo complexo soja (US$ 2,10 bilhões) e sucos, com US$ 2,0 bilhões, dos quais 98% foram sucos de laranja.
Esses cinco grupos representaram 79,7% das exportações do agronegócio paulista. O grupo café, tradicional no estado, ocupou a sexta posição, com vendas de US$ 944,21 milhões, sendo 71,4% referentes ao café verde e 24,5% ao café solúvel.
Além de São Paulo e Mato Grosso, o ranking dos estados com maiores receitas na exportação do agronegócio brasileiro inclui Paraná (11,5% do total), Minas Gerais (10,1%), Rio Grande do Sul (8,7%) e Goiás (6,6%).
"Apesar de todos os desafios que temos enfrentado, como a forte estiagem no estado, o agro de São Paulo mostrou sua força mais uma vez", destacou Piai, lembrando dos impactos da seca na produção de cana, café e laranja.
O saldo da balança comercial do agronegócio paulista alcançou um superávit de US$ 18,45 bilhões, um crescimento de 8,9% em relação aos nove primeiros meses de 2023. Durante o período analisado, a balança comercial do agronegócio de São Paulo, um estado fortemente industrializado, representou 43,5% do total, enquanto as importações corresponderam a 7,5% do total.
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