A Polícia Civil, através do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em parceria com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politéc), deu início nesta segunda-feira (26.08), à Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas. Esta iniciativa é promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A campanha será realizada em três etapas, utilizando técnicas de identificação genética e papiloscópicas. A primeira fase, que se estende até o dia 30 de agosto, será dedicada à coleta de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. Estão disponíveis quase 300 pontos de coleta em todo o Brasil, sendo 17 deles localizados em Mato Grosso.
Para participar, os familiares devem apresentar o boletim de ocorrência do desaparecimento. Em Cuiabá, um policial estará disponível no posto de coleta da Politec, no bairro Jardim Imperial, para registrar novas ocorrências ou recuperar boletins já registrados.
Na segunda fase, o foco será a coleta de impressões digitais e material genético de pessoas vivas cuja identidade é desconhecida. A etapa final envolverá a pesquisa de impressões digitais de corpos não identificados, com dados comparados aos registros existentes nos bancos de biometria. Essas informações integrarão a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Coleta de Material Genético
A coleta de material biológico de familiares permite o cruzamento de perfis genéticos de pessoas encontradas, vivas ou falecidas, com identidade desconhecida. Os doadores devem ser preferencialmente familiares de primeiro grau, como pais, filhos e irmãos.
O procedimento de coleta é voluntário e precedido de um Termo de Consentimento. Indolor, consiste em esfregar um cotonete no interior da bochecha. O perfil genético obtido será utilizado exclusivamente para identificar o parente desaparecido. Itens pessoais do desaparecido, como escovas de dentes ou dentes de leite, também podem ser entregues para auxiliar na busca.
Após a Coleta
Após a coleta, os peritos realizarão exames de DNA para inclusão dos perfis no banco de dados genéticos. Se houver correspondência positiva entre o perfil de um familiar e os dados do banco, a instituição responsável entrará em contato para as devidas providências.
Situação dos Desaparecimentos no Brasil
As amostras genéticas analisadas pelos laboratórios da RIBPG são enviadas ao Banco Nacional de Perfis Genéticos, onde são cruzadas com dados de perfis coletados por 23 laboratórios de genética forense. A identificação genética é fundamental na Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, estabelecida pela Lei nº 13.812/2019. Em 2024, o Brasil registrou 39.237 pessoas desaparecidas, o que equivale a uma média de 216 casos por dia.
Cuiabá e Várzea Grande
Na região metropolitana de Cuiabá, entre 1º de janeiro e 20 de agosto, foram registradas 533 ocorrências de desaparecimento. Destas, 468 vítimas foram localizadas, com 450 encontradas com vida e 18 em óbito, representando uma taxa de solução de 87,8% dos casos.
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